A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma condição respiratória progressiva caracterizada por um estreitamento persistente das vias aéreas e presença de danos aos tecidos pulmonares, dificultando a respiração. A depender da extensão dos danos, a DPOC pode causar sintomas debilitantes e impactar significativamente a qualidade de vida de seus portadores. Veja mais a seguir.
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica: o que é?
A doença pulmonar obstrutiva crônica ou DPOC é o nome para uma síndrome clínica que engloba a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. Nela, há um estreitamento persistente das vias aéreas e presença de lesões nas estruturas mais distais do pulmão, provocando uma progressiva perda da função pulmonar.
A DPOC é uma condição progressiva e irreversível e, se não tratada, pode levar a diversas complicações à saúde. Atualmente, a DPOC é a terceira causa de óbitos no mundo todo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Causas da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
O tabagismo é a principal causa da DPOC, sendo responsável por 80% dos casos. A exposição prolongada a poluentes ambientais, como fumaça de cigarro, fumaça de fogões a lenha e queima de biomassa, além de exposição a vapores químicos, também aumenta o risco de desenvolvimento da doença.
Principais Sintomas
Os principais sintomas da DPOC incluem:
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Falta de ar e/ou dificuldade para respirar ao realizar atividade física ou subir escadas;
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Tosse persistente com ou sem secreção;
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Chiado no peito;
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Cansaço e fadiga frequentes;
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Secreção intensa, especialmente pela manhã.
Fases da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
Considerando que a DPOC é uma doença progressiva, o paciente pode apresentar-se inicialmente assintomático. Depois, os sintomas podem evoluir para o surgimento de:
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Falta de ar – primeiro após maiores esforços, podendo agravar-se até a falta de ar mesmo em repouso;
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Tosse com expectoração;
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Chiado no peito;
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Evidência de hipoxemia (falta de oxigenação no sangue), com necessidade de oxigênio suplementar.
A gravidade da DPOC também pode ser aferida pelo VEF1 (volume expiratório forçado no primeiro segundo) medido no teste chamado espirometria. As classificações de graus de gravidade são: leve, moderado, grave e muito grave.
Como é o feito o diagnóstico?
O diagnóstico da DPOC é feito com base em uma combinação de fatores:
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Histórico médico: análise sobre histórico de saúde, incluindo se o paciente era fumante ou se foi exposto a fumaça de cigarro e outros poluentes.
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Exame físico: o médico auscultará os pulmões para detectar chiados e verificar sinais de comprometimento pulmonar.
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Espirometria: é o principal teste para se detectar a DPOC. Ele serve para medir a capacidade pulmonar e o fluxo de ar dos pulmões.
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Exames de imagem: radiografia e tomografia computadorizada de tórax podem ser feitos para confirmar o diagnóstico de DPOC, bem como descartar outras doenças pulmonares.
É importante dizer que, mesmo tendo sintomas parecidos (como falta de ar e chiado no peito), a asma é uma doença distinta. Por isso, é importante que o diagnóstico seja feito por um médico pneumologista.
DPOC em idosos: riscos e formas de prevenção
A DPOC é mais frequentemente diagnosticada em pacientes acima dos 40 anos, embora seja possível encontrar pacientes mais jovens com a doença. Nos idosos, é uma doença que geralmente reduz a autonomia e dificulta a realização de algumas atividades.
Além disso, a saúde do idoso já é naturalmente mais frágil por questões naturais do envelhecimento. Por isso, especialmente nessa faixa etária, a orientação para os pacientes com DPOC é estar em dia com as vacinas que previnem infecções respiratórias graves, como a vacina influenza (gripe), vacina covid-19, as vacinas pneumocócicas (vacina pneumocócica conjugada 13-valente, vacina pneumocócica conjugada 15-valente e vacina polissacarídica 23-valente) e a vacina recentemente lançada contra o vírus VSR (vírus sincicial respiratório), que pode ser aplicada a partir dos 60 anos.
Tratamentos para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
O tratamento da DPOC visa aliviar os sintomas, reduzir as exacerbações agudas e, portanto, a progressão da doença, além de melhorar a qualidade de vida do paciente.
Nesse sentido, ela pode ser tratada com medicamentos broncodilatadores de curta e longa duração, corticoide inalatório, anti-inflamatórios e até antibióticos, de acordo com a orientação médica.
Há também a indicação de realizar reabilitação pulmonar com fisioterapia específica. Em casos mais graves, pode ser indicada a cirurgia e o uso de oxigênio constante para corrigir a hipoxemia e melhorar a tolerância aos esforços.
É importante ressaltar que, para os fumantes ativos, parar de fumar é parte fundamental do tratamento, que prevê também a realização de atividade física, sempre que possível.
Se você tem algum destes sintomas, marque uma consulta com o médico pneumologista, que é o especialista indicado para diagnosticar e tratar distúrbios respiratórios.
Autora: Dra. Suzana Pimenta, pneumologista do Hospital Nove de Julho (SP).
