Labirintite: saiba quando a tontura vira um alerta para cuidar da sua saúde

labirintite

Com muita frequência, as pessoas chamam qualquer tontura de labirintite. Mas a verdadeira labirintite é uma condição específica, com potenciais causas que determinam a inflação do labirinto. Representa menos de 1% dos quadros de tontura e vertigem. Siga a leitura e saiba mais sobre a labirintite, suas causas, sintomas e formas de diagnóstico e tratamento. 

O que é labirintite? 

A labirintite é uma inflamação que acontece no labirinto, uma estrutura delicada que fica dentro do nosso ouvido interno. 

O labirinto é responsável tanto pela nossa audição quanto pelo nosso equilíbrio e percepção de posição do corpo. Por isso, quando ele inflama, esses dois sentidos podem ser afetados. Uma pessoa com labirintite pode sentir que o mundo está girando ou que ela gira em relação ao ambiente e/ ou ter problemas para ouvir. Essa tontura rotatória é conhecida como vertigem. 

Muitas vezes, o termo labirintite também é usado para descrever situações em que o sintoma principal é a tontura – e que nem sempre tem a causa no labirinto. Mas a labirintite verdadeira é a inflamação do labirinto. 

 

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Possíveis causas para a labirintite 

A causa mais comum para a labirintite são as infecções respiratórias por vírus ou bactérias. Esses agentes infecciosos podem chegar ao labirinto e causar a inflamação. 

Além das infecções, outros fatores podem contribuir para o surgimento de uma crise: 

  • Estresse e ansiedade; 

  • Ter mais de 40 anos; 

  • Níveis alterados de açúcar no sangue, como diabetes ou hipoglicemia; 

  • Pressão alta (hipertensão); 

  • Consumo de álcool e fumo; 

  • Uso de certos medicamentos. 

Meningite e Labirintite: qual a relação entre as doenças? 

A meningite pode causar labirintite. Isso acontece porque a labirintite pode ser gerada por uma infecção bacteriana grave, e a meningite é um exemplo. 

A meningite é uma inflamação séria das membranas que protegem o cérebro. Pode ser causada por vírus, bactérias ou parasitas, que quando se disseminam para o ouvido interno, podem provocar uma inflamação no labirinto, ou seja, a labirintite. 

Por isso, a prevenção contra a meningite também protege o ouvido. E as vacinas são a ferramenta mais eficaz para isso. Imunizantes contra diferentes tipos de meningite bacteriana, disponíveis no calendário de vacinação, ajudam a evitar a doença primária e, consequentemente, suas possíveis complicações, como a labirintite. 

Principais sintomas da labirintite 

Os principais sintomas da labirintite são a tontura e a vertigem. A vertigem dá a impressão de que o ambiente está girando ao seu redor, ou que você está rodando. Já a tontura é uma sensação de desequilíbrio, de instabilidade, como se você estivesse prestes a cair ou "pisando em ovos". 

Além da tontura e da vertigem, outros sintomas podem aparecer durante uma crise. E muitas vezes eles surgem de forma súbita e intensa. Os principais são: 

  • Náuseas e vômitos; 

  • Suor excessivo; 

  • Zumbido em um ou nos dois ouvidos; 

  • Perda ou diminuição da audição; 

  • Sensação de pressão no ouvido; 

  • Dificuldade para focar os olhos; 

  • Perda de equilíbrio ao andar. 

Qual médico procurar? 

O médico especialista para investigar e tratar a labirintite é o otorrinolaringologista. Este profissional cuida de doenças relacionadas ao ouvido, nariz e garganta.  

Dentro dessa especialidade, existe o otoneurologista, outro profissional que pode ser consultado. Ele é um otorrinolaringologista com maior foco em problemas de tontura, zumbido e distúrbios do equilíbrio.  

Em alguns casos, o tratamento pode precisar de uma equipe multidisciplinar. Dependendo da causa dos sintomas, um neurologista, um psiquiatra ou um fonoaudiólogo podem contribuir. 

Como é feito o diagnóstico da labirintite? 

O diagnóstico é basicamente clínico, ou seja, feito durante a consulta médica. Nela, o médico investiga os sintomas e o histórico de saúde do paciente. E, no exame físico, observa os ouvidos, os movimentos e o equilíbrio do paciente.  

Para confirmar a causa do problema, alguns exames podem ser necessários. Entre eles, temos: 

  • Audiometria, para avaliar a capacidade de audição. 

  • Testes de equilíbrio, para verificar o funcionamento do labirinto, conhecido como otoneurológico. 

  • Exames de sangue, incluindo a medição da Proteína C reativa. Essa proteína ajuda a identificar se existe algum processo inflamatório no corpo, o que pode indicar a causa da labirintite. 

  • Exames de imagem como tomografia ou ressonância magnética. Eles ajudam a descartar outras condições mais graves que podem causar tontura, como um AVC (acidente vascular cerebral). 

Como evitar uma crise? 

Embora seja uma doença pouco comum, a labirintite exige tratamento especializado para que seus sintomas sejam controlados. A vertigem, por sua vez, é um sintoma frequente e que pode ser evitado com algumas atitudes simples. 

E algumas medidas podem ajudar a prevenir esse desconforto: 

  • Evite ficar longos períodos sem comer; 

  • Beba bastante líquido durante o dia; 

  • Não fume; 

  • Evite ingestão de bebidas alcoólicas; 

  • Pratique atividades físicas regularmente; 

  • Tente gerenciar o estresse e a ansiedade; 

  • Evite consumir em excesso bebidas com cafeína; 

  • Durma bem e tenha uma rotina de sono regular. 

Quais tratamentos são indicados? 

O tratamento para a labirintite depende diretamente da sua causa. Portanto, se a labirintite foi causada por uma infecção, o médico irá tratar essa infecção com medicamentos específicos. 

Mas, de forma geral, uma medida comum é o uso de medicamentos para aliviar os sintomas mais fortes da crise. Remédios para controlar a vertigem, as náuseas e os vômitos são frequentemente prescritos. Anti-histamínicos, vasodilatadores e sedativos também podem ser usados. 

A reabilitação vestibular também é uma opção. Trata-se de uma espécie de fisioterapia para o labirinto. Ela usa exercícios específicos para ajudar o cérebro a se adaptar e a compensar a tontura e o desequilíbrio. 

Já a cirurgia seria indicada apenas para casos mais complexos e específicos que não melhoram com outros tratamentos.

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Fonte: Dra. Cristina Khawali - Endocrinologista