Meningite meningocócica: entenda como ocorre e qual a importância da vacina

meningite meningocócica

A meningite meningocócica é uma das infecções que mais preocupa pais de crianças pequenas e adolescentes. É uma doença grave, causada por uma bactéria, e que pode avançar de forma muito rápida. Mas é prevenível e a vacinação é a ferramenta mais importante que temos.  

O que é meningite meningocócica? 

A meningite meningocócica é uma infecção bacteriana grave que provoca uma inflamação nas meninges. As meninges são membranas que revestem e protegem o cérebro e a medula espinhal.  

A doença é causada pela bactéria Neisseria meningitidis, também conhecida como meningococo. Ela é considerada uma emergência médica, já que a evolução pode ser muito rápida, levando a complicações graves em poucas horas.  

O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento aumentam muito as chances de recuperação sem sequelas. A meningite meningocócica é a forma mais grave e mais frequente de meningite bacteriana no Brasil. 

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Quais os tipos existentes? 

Existem diferentes tipos da bactéria que causa a doença. Eles são classificados em categorias chamadas de sorogrupos. No total, são 12 conhecidos, mas cinco deles são os principais responsáveis pela maioria dos casos no mundo: A, B, C, W e Y. 

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o sorogrupo C é o mais frequente, sendo responsável pela grande maioria dos casos no país, podendo chegar a 80% do total. 

Logo em seguida, o sorogrupo B é o que mais causa a doença. Mas outros sorogrupos, como o W e o Y, também circulam e exigem atenção. A existência deles é o que justifica a recomendação de vacinas que protejam contra múltiplos sorogrupos de meningococo. 

Como ocorre a transmissão da meningite meningocócica? 

A transmissão acontece pelo contato com gotículas e secreções do nariz e da garganta de alguém infectado. E isso ocorre ao falar, tossir, espirrar ou beijar. Ambientes pouco arejados e com grande aglomeração de pessoas facilitam a disseminação da bactéria. 

Nem todo mundo que tem a bactéria fica doente. Cerca de 10% da população, principalmente adolescentes e jovens adultos, podem ter o meningococo na garganta sem apresentar nenhum sintoma. São os chamados portadores assintomáticos.  

Mas, mesmo sem saber, eles podem transmitir a bactéria para outras pessoas mais vulneráveis. O contágio geralmente exige um contato próximo e prolongado, como entre pessoas que moram na mesma casa. 

Meningite e meningococcemia: qual a diferença? 

A doença causada pelo meningococo pode se manifestar de duas formas principais. A mais conhecida é a meningite, que é a inflamação das meninges. A outra forma, ainda mais grave, é a meningococcemia. 

A meningococcemia acontece quando a bactéria invade a corrente sanguínea e causa uma infecção generalizada. Essa forma da doença evolui de maneira fulminante. É nela que costumam aparecer as famosas manchas arroxeadas na pele, um sinal de sangramentos causados pela infecção.  

A taxa de mortalidade na meningococcemia é altíssima, podendo chegar a 70%, mesmo com tratamento adequado. Muitas vezes, a pessoa pode ter as duas formas ao mesmo tempo. 

Meningite meningocócica: quais os principais sintomas? 

Os sintomas iniciais mais comuns são febre alta e repentina, dor de cabeça muito forte, náuseas e vômitos. A rigidez da nuca, que é a dificuldade de encostar o queixo no peito, também é um sinal importante. Em bebês, a fontanela (conhecida popularmente como moleira) pode ficar abaulada e tensa. 

Além desses sintomas, outros podem surgir, indicando a gravidade do quadro. É preciso ter atenção e procurar ajuda médica o mais rápido possível. Vamos a eles: 

  • Mal-estar intenso e queda do estado geral; 
  • Sonolência ou irritabilidade excessiva; 
  • Confusão mental; 
  • Sensibilidade à luz (fotofobia); 
  • Manchas vermelhas ou arroxeadas na pele, que não desaparecem quando pressionadas. 

  

Como funcionam as vacinas contra a meningite meningocócica? 

As vacinas funcionam ensinando o corpo a reconhecer e combater o invasor. Assim, o sistema imunológico cria defesas antes que a infecção se agrave. E as vacinas a seguir são específicas contra a bactéria Neisseria meningitidis, protegendo contra os principais sorogrupos que causam a doença. 

  • Vacina Meningocócica C (Conjugada): protege contra o sorogrupo C. É oferecida no SUS para bebês, com doses aos 3 e 5 meses. 
  • Vacina Meningocócica ACWY (Conjugada): oferece uma proteção mais ampla. Cobre os sorogrupos A, C, W e Y. No SUS, é usada como reforço aos 12 meses e para adolescentes. Na rede privada, seu esquema é mais completo, com reforços adicionais aos 5 e 11 anos. 
  • Vacina Meningocócica B: protege contra o sorogrupo B. Está disponível apenas na rede particular de saúde. O esquema principal para bebês inclui doses aos 3 e 5 meses, com um reforço entre 12 e 15 meses. 

Quando deve tomar?

O momento de tomar a vacina depende da idade e do tipo de vacina. As recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) buscam proteger as crianças desde muito cedo. 

  • Bebês: a vacinação pode começar a partir dos 3 meses de vida. O esquema inicial inclui vacinas como a meningocócica C (disponível no SUS) ou a ACWY e a meningocócica B (disponíveis em clínicas privadas). 
  • Crianças: doses de reforço são recomendadas aos 12 meses para as vacinas meningocócicas B e ACWY e também aos 5 anos para a vacina meningocócica ACWY. Os reforços garantem que a proteção se mantenha eficaz. 
  • Adolescentes: esta é uma faixa etária de atenção. Há uma dose de reforço da vacina ACWY recomendada entre 11 e 12 anos. O Ministério da Saúde oferece gratuitamente essa vacina para a faixa de 11 a 14 anos. 
  • Adultos: embora seja menos comum, adultos também podem se vacinar, especialmente em situações de surtos ou viagens para áreas de risco. 

Quantas doses são necessárias?

O número de doses varia conforme a idade de início e o tipo de vacina: 

  • Vacina meningocócica C (Conjugada): no SUS, o esquema é de duas doses, aos 3 e 5 meses, com um reforço aos 12 meses com a vacina meningocócica ACWY. 
  • Vacina meningocócica ACWY (Conjugada): na rede privada, o esquema preferencial começa com duas doses (aos 3 e 5 meses) e inclui reforços aos 12 meses, aos 5 anos e aos 11 anos. 
  • Vacina meningocócica B: disponível na rede privada, o esquema para bebês geralmente consiste em duas doses e um reforço. Para adolescentes não vacinados quando crianças, são duas doses. 

Para facilitar, laboratórios como o Delboni oferecem o combo de vacinas meningocócicas. Este pacote inclui a aplicação conjunta das vacinas ACWY e B, o que facilitar manter o calendário vacinal em dia. 

Quais os riscos de contrair meningite meningocócica? 

Os riscos são muito altos. A meningite meningocócica é uma doença com um potencial devastador. A taxa de mortalidade fica ao redor de 20%. E isso significa que, mesmo com o melhor tratamento disponível em UTI, uma a cada cinco pessoas pode não sobreviver. 

Para os sobreviventes, as chances de ter sequelas permanentes também são altas, afetando de 10% a 20% dos que superam a doença. As complicações podem ser graves e mudam a vida da pessoa para sempre. Entre as principais sequelas estão: 

  • Surdez; 
  • Problemas neurológicos, como dificuldades de aprendizagem e convulsões; 
  • Amputação de braços, pernas ou dedos devidos à necrose e problemas de circulação causados pela doença meningocócica; 
  • Cegueira; 
  • Danos a órgãos vitais. 

Atendimento domiciliar no Delboni

Para quem busca comodidade e praticidade na hora de se proteger, o Delboni oferece o serviço de atendimento domiciliar. Com ele, é possível agendar a aplicação de vacinas, incluindo as que protegem contra a meningite meningocócica, no conforto de casa ou até mesmo no local de trabalho.

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Fonte: Dra. Maria Isabel de Moraes Pinto - Infectopediatra  e médica consultora em vacinas da Dasa