
A vacina hepatite B foi o primeiro imunizante contra algum tipo de câncer a ser disponibilizado. Isso acontece porque a vacina protege do vírus da hepatite B, uma infecção grave que ataca o fígado e pode causar cirrose e câncer de fígado.
Ela pode ser transmitida sexualmente, pelo contato com o sangue e ainda durante o parto, devido ao contato do bebê com o sangue e secreções maternas. O vírus muitas vezes não leva ao desenvolvimento de sintomas por anos, mas continua se multiplicando no corpo, podendo evoluir para condições graves.
O que é Hepatite B?
A hepatite B é uma infecção causada pelo vírus HBV que ataca o fígado, órgão responsável por filtrar o sangue e metabolizar nutrientes.
Na fase aguda, os sinais e sintomas da inflamação hepática surgem após 30 a 180 dias da infecção, sendo que ela pode evoluir para a forma crônica, definida pela persistência do VHB por mais de seis meses após o momento da infecção.
O grande risco está na inflamação constante do fígado, que pode levar a problemas graves como cirrose, insuficiência hepática e câncer de fígado.
Como ocorre a transmissão da Hepatite B?
A transmissão acontece pelo contato com sangue e outros fluidos corporais de uma pessoa infectada. A principal forma de contágio é por via sexual desprotegida. Por isso, a hepatite B também é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST).
O vírus também pode ser transmitido de outras maneiras:
- Transmissão vertical: da mãe infectada para o bebê durante o parto e, raramente, na gestação.
- Contato com sangue: no compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos cortantes.
- Procedimentos: na realização de tatuagens, piercings ou procedimentos médicos e odontológicos com materiais não esterilizados.
Quais são os principais sintomas?
Muitas vezes, a hepatite B não causa sintomas. Mas, quando eles aparecem, geralmente em estágios mais avançados, os mais comuns são cansaço, tontura, enjoos, vômitos e dor de barriga.
Com a evolução do quadro, a pele e os olhos podem ficar amarelados - condição conhecida como icterícia -, a urina tende a ficar escura e as fezes, mais claras.
Diagnóstico: como descobrir se tenho hepatite B?
No diagnóstico da hepatite B, recomenda-se dosar o antígeno de superfície do vírus da hepatite B, conhecido como HBsAg, e o anti-HBc, anticorpo que mostra que a pessoa teve contato com o vírus. Se o resultado der positivo, podem ser solicitados testes complementares como a detecção direta do DNA do vírus (VHB-DNA) por teste molecular (carga viral do VHB).
Além disso, o médico pode solicitar exames para avaliar o fígado, como exames para avaliar a função hepática e, em alguns casos, uma biópsia hepática ou exames de imagem, como a elastografia, para verificar se há sinais de dano hepático, como fibrose ou até cirrose.
Como a prevenção da Hepatite B é feita?
A melhor maneira de prevenir a Hepatite B é pela vacinação. A vacina hepatite B é inativada, o que significa que não contém o vírus vivo. Ela é produzida com tecnologia de DNA recombinante, usando apenas uma parte do vírus para estimular a produção de anticorpos pelo nosso corpo. A aplicação é por via intramuscular.
Além da vacina, é preciso usar preservativo em todas as relações sexuais e não compartilhar objetos de uso pessoal que possam ter contato com sangue, como lâminas, escovas de dente, alicates e seringas.
Vacinação para crianças
O esquema vacinal para os pequenos pode ter três ou quatro doses. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) indicam o esquema de quatro doses.
Nesse modelo, a primeira dose é aplicada ao nascer, com a vacina isolada para hepatite B, de preferência nas primeiras 12 horas após o nascimento. As três seguintes são dadas aos 2, 4 e 6 meses de vida. Nesses momentos, a criança pode receber a vacina Pentavalente (disponível no SUS) ou a Hexavalente (na rede privada).
Já a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) também considera o esquema de três doses. Nele, a primeira dose é ao nascer. As duas seguintes são aplicadas aos 2 e 6 meses, com a vacina Hexavalente.
Vacinação para adultos
Crianças mais velhas, adolescentes e adultos que não foram vacinados devem seguir o esquema de três doses. A segunda dose deve ser aplicada um ou dois meses depois da primeira. A terceira e última dose acontece seis meses após a dose inicial.
É muito importante completar todo o esquema para garantir a proteção.
Vacinação para pessoas imunodeprimidas
No caso de pessoas com o sistema imunológico enfraquecido – como quem tem doenças ou usa medicamentos que afetam a imunidade - o esquema vacinal é diferente.
A recomendação é de quatro doses dobradas da vacina. E o intervalo é o seguinte: a segunda dose 30 dias após a primeira, a terceira com 60 dias e a quarta com 180 dias.
Após completar o esquema, é importante fazer um exame de sangue (sorologia anti-HBs) para confirmar se o corpo produziu a quantidade necessária de anticorpos. O médico solicitará o teste de 30 a 60 dias após a última dose.
Já tomei a vacina para Hepatite B, preciso repetir a dose?
Em geral, se você completou o esquema na infância ou na vida adulta, não há necessidade de doses de reforço. A memória imunológica do corpo costuma ser suficiente para proteger contra a doença por toda a vida.
No entanto, profissionais da área da saúde, pessoas com sistema imunológico comprometido e pacientes em diálise podem precisar verificar seus níveis de anticorpos. Nesses casos, o médico pode solicitar um exame de sangue e, se necessário, indicar uma dose de reforço.
Atendimento domiciliar para vacinação de Hepatite B
É possível receber a vacina hepatite B no conforto da sua casa. O Delboni oferece o serviço de aplicação de vacinas em domicílio, levando até você a mesma qualidade e segurança de uma unidade física, e sem taxa de deslocamento.
Você pode agendar a vacinação para datas e horários mais adequados à sua rotina. Após o agendamento, um profissional de enfermagem leva a vacina até sua casa. O transporte é feito em recipientes especiais e refrigerados para garantir a temperatura ideal. O atendimento vale para todas as idades, de recém-nascidos a idosos.
Fonte: Dra. Maria Isabel de Moraes Pinto Infectopediatra e médica consultora em vacinas da Dasa