
O câncer de tireoide é o tumor endocrinológico mais comum no Brasil. É o terceiro mais frequente em mulheres na Região Sudeste e na Região Nordeste (sem considerar o câncer de pele não-melanoma). E afeta cinco vezes mais as mulheres do que os homens, segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer),
Mas, na maioria dos casos, ele tem alta chance de cura. O importante é ter o diagnóstico cedo e o tratamento correto.
O que é câncer de tireoide?
O câncer de tireoide é um tumor maligno na tireoide, glândula que fica na parte da frente do pescoço, e que é responsável por produzir hormônios que regulam o metabolismo do corpo.
Para você ter uma ideia, a tireoide influencia o coração, o cérebro, o fígado e os rins. Seu trabalho afeta o crescimento, o peso, o sono e até o ciclo menstrual.
O câncer surge quando as células dessa glândula sofrem mutações e começam a se multiplicar de forma desordenada e formam um nódulo ou tumor.
Quais são os tipos de câncer de tireoide?
O tipo mais comum de câncer na tireoide é o carcinoma papilífero, que representa cerca de 80% dos casos e costuma crescer lentamente. Quando detectado precocemente, oferece altas chances de cura.
Depois dele, o carcinoma folicular é o segundo tipo mais frequente. Ele pode se espalhar para outras partes do corpo, como pulmões e ossos. Juntos, os tipos papilífero e folicular são chamados de "carcinomas diferenciados", e geralmente têm um ótimo prognóstico.
Outros tipos são mais raros e podem ser mais agressivos. O carcinoma medular, por exemplo, corresponde a cerca de 4% dos casos e pode estar ligado a síndromes genéticas familiares.
Já o carcinoma anaplásico é o mais raro e agressivo de todos. E geralmente acontece em pessoas com mais de 60 anos.
Quais as causas para desenvolver câncer de tireoide?
Alguns fatores de risco podem aumentar as chances de desenvolver a doença, e um dos principais é a exposição à radiação. Isso inclui radioterapia na região do pescoço durante a infância.
Ter um histórico familiar da doença também aumenta as chances de desenvolvê-la. Algumas síndromes genéticas hereditárias estão diretamente ligadas a certos tipos de câncer de tireoide, como o carcinoma medular.
Outros fatores que podem contribuir para o surgimento do tumor são:
- Ser mulher: a doença incide mais em mulheres do que homens, e a incidência tende a aumentar após os 40 anos.
- Doenças da tireoide: ter outras condições, como inflamações da tireoide, pode ser um fator de risco.
Qual exame detecta o câncer na tireoide?
Na consulta, o especialista apalpa a região do pescoço em busca de nódulos ou algum tipo de inchaço anormal. Então, se houver uma suspeita, ele pede uma ultrassonografia. Este exame de imagem ajuda a identificar a presença dos nódulos e suas características. O ultrassom da tireoide com doppler também mostra o fluxo de sangue no local.
Mas somente a punção aspirativa por agulha fina (PAAF) guiada por ultrassonografia (US) pode verificar se o nódulo é maligno ou benigno.
Vale lembrar que a maioria dos nódulos de tireoide são benignos, e que nem todo nódulo tireoidiano precisa ser puncionado.
É preciso fazer punção ou biópsia para receber o diagnóstico definitivo?
Sim, a biópsia (avaliação de toda ou de parte da tireoide) é o único procedimento que pode afirmar com certeza se um nódulo é benigno ou maligno. A punção de tireoide (coleta de amostra de células da tireoide por agulha) é um outro procedimento que pode auxiliar no diagnóstico do câncer de tireoide.
Trata-se de um exame minimamente invasivo, feito com o auxílio da ultrassonografia. Então, esse material é então enviado para uma análise que confirma ou descarta a presença de câncer.
Sintomas: quais os primeiros sinais de câncer na tireoide?
Geralmente, o câncer de tireoide não tem sintomas na fase inicial. Quando presente algum sintoma, pode ser um nódulo ou caroço no pescoço. Outros possíveis sintomas mais incomuns são rouquidão ou alteração na voz que não melhora, dificuldade para engolir ou respirar, tosse constante que não está ligada a um resfriado e ainda sensação de aperto na garganta.
Vale ressaltar um nódulo na tireoide tem maior chance de ser benigno que maligno. No entanto, qualquer alteração na região do pescoço deve ser investigada por um médico especialista (como um cirurgião de cabeça e pescoço ou um endocrinologista)
Qual o melhor tratamento contra o câncer na tireoide?
Na maioria dos casos, o tratamento é cirúrgico. É feita uma tireoidectomia, que consiste na remoção parcial ou total da glândula tireoide.
Depois da cirurgia, outras terapias podem ser indicadas. As mais comuns seriam:
- Radioidoterapia: usa o iodo radioativo para destruir células cancerígenas que possam ter restado, especialmente nos casos de carcinoma papilífero e folicular.
- Hormonioterapia: o paciente toma o hormônio da tireoide em forma de pílula para o resto da vida. Isso repõe a função da glândula e ajuda a evitar que o câncer volte.
- Radioterapia externa: usa radiação para destruir as células do câncer, sendo mais comum em casos avançados ou cânceres mais agressivos, como o carcinoma anaplásico.
- Quimioterapia: embora não seja uma prática comum no tratamento do câncer de tireoide, ela pode ser usada quando a doença se espalha para outras partes do corpo.
- Terapia-alvo: os medicamentos agem diretamente nas células cancerígenas, bloqueando o seu crescimento e oferecendo novas possibilidades de tratamento para pacientes com tumores mais agressivos ou que não respondem às terapias convencionais.
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Fonte: Dra. Laura Lopes, médica endocrinologista da Dasa