Varicocele: condição é avaliada pelo médico urologista

varicocele

Autor: Eduardo Arnaldi Simões de Oliveira, médico urologista do check-up do Alta Diagnósticos

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Pacientes com varicocele podem apresentar veias tortuosas e de maior calibre na bolsa escrotal. Essa condição geralmente afeta adolescentes e adultos jovens, podendo ser corrigida cirurgicamente se necessário.

Varicocele: o que é?

A varicocele corresponde à dilatação anormal das veias espermáticas presentes na bolsa escrotal, que são responsáveis por drenar sangue dos testículos. Essa condição, também conhecida como varizes nos testículos, costuma acometer o lado esquerdo da bolsa escrotal – embora possa ocorrer em ambos os lados ou, mais raramente, somente do lado direito.

Graus da varicocele

A depender das características da varicocele, ela pode ser classificada em:

  • Grau 0 - visível apenas por exames de imagem (como ultrassom), não sendo detectada pelo exame físico;
  • Grau I - pode ser palpada durante o exame físico se o paciente fizer a manobra de Valsalva (ou seja, inspirar normalmente e, em seguida, expirar o ar com nariz e boca tampados);
  • Grau II - pode ser palpada durante exame físico mesmo sem a manobra de Valsalva;
  • Grau III - pode ser palpada facilmente e visível a olho nu.

Possíveis causas para a varicocele

A causa exata da varicocele não é conhecida, mas considera-se que a maioria dos quadros esteja relacionada a um defeito nas válvulas das veias. Em situações normais, essas válvulas impedem o refluxo, garantindo que o sangue será drenado dos testículos para o coração. Porém, se tal mecanismo não funcionar de modo adequado, o sangue pode se acumular na bolsa escrotal e, assim, levar à dilatação das veias.

Outro fator que pode estar associado à varicocele é a angulação da veia renal esquerda. Essa característica anatômica pode dificultar o fluxo sanguíneo da veia espermática esquerda, aumentar a pressão nos vasos sanguíneos da região e contribuir para o desenvolvimento da varicocele.

Sintomas da varicocele

Geralmente, a varicocele não apresenta sintomas. No entanto, às vezes pode haver dor na região da bolsa escrotal, sendo esse um incômodo que tende a aumentar se o indivíduo permanecer muito tempo de pé ou fizer algum esforço físico.

Em casos mais avançados, os pacientes podem ter problemas de fertilidade e atrofia testicular (diminuição de tamanho do testículo).

O que a varicocele causa?

Muitas vezes, a varicocele não causa problemas e pode até passar despercebida. Porém, em alguns casos essa condição pode, sim, trazer riscos à saúde – sendo os principais a infertilidade e a queda nos níveis de testosterona.

Tais complicações podem ocorrer porque a dilatação anormal das veias espermáticas (varicocele) aumenta a temperatura testicular. Isso prejudica não só a quantidade de espermatozoides produzidos e a função dessas células reprodutivas, mas também atrapalha a atividade das células de Leydig (que produzem testosterona)

Exames indicados para o diagnóstico da varicocele

O diagnóstico da varicocele envolve um exame físico minucioso conduzido pelo urologista, que verifica a presença de veias dilatadas e o tamanho dos testículos. Também pode ser solicitada uma ultrassonografia escrotal, pois esse exame de imagem permite a visualização das veias e do fluxo sanguíneo.

Em casos de infertilidade, o médico pode complementar a avaliação com uma análise do sêmen, realizada por meio de exames laboratoriais como espermograma e fragmentação do DNA espermático.

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Tratamentos para a varicocele

É imprescindível que pacientes com varicocele sejam atendidos individualmente por um urologista para determinar se há necessidade de tratamento. Se a condição for assintomática e não afetar a fertilidade, por exemplo, pode ser recomendada apenas a monitorização regular. Já se a varicocele causar comprometimento da fertilidade, atrofia testicular e/ou sintomas como dor escrotal, pode haver indicação de tratamento.

A abordagem cirúrgica é a mais comum, tendo como objetivo ligar as veias dilatas. O ideal é que a cirurgia seja realizada com o auxílio de microscópio cirúrgico de alta potência para uma melhor visualização dos vasos, assim favorecendo maiores taxas de sucesso e diminuindo os riscos de efeitos colaterais.

Na correção microcirúrgica, faz-se a incisão da pele para acessar o cordão espermático, onde as veias anormais são encontradas. Cada veia é dissecada de forma meticulosa e, depois, ligada para interromper o fluxo por elas. Para ter o melhor resultado, o cirurgião liga todas as veias e preserva artérias, ducto deferente e drenagem linfática.

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