Autor: Dr. Deyse Meira, médica hepatologista da Dasa.
A vitamina E é conhecida principalmente como um antioxidante que combate o estresse oxidativo no corpo, protegendo as nossas células contra eventuais danos. Mas você sabe como isso impacta a nossa saúde? Siga a leitura e saiba mais sobre os benefícios e fontes da vitamina E, além de como evitar tanto a deficiência quanto o excesso desse nutriente.
Vitamina E: o que é e para que serve?
A vitamina E é uma vitamina lipossolúvel, ou seja, solúvel em gordura, que se acumula no tecido adiposo e no fígado. Encontrada principalmente em folhas verde-escura, peixes, ovos e castanhas, ela é um nutriente com poder antioxidante. Isso significa que protege as células contra danos causados por radicais livres, moléculas instáveis que podem afetar a saúde cardiovascular e neurológica.
Os radicais livres também danificam as células cutâneas e aceleram o envelhecimento. Assim, ao combatê-los, a vitamina E ajuda a reduzir a degradação do colágeno e a manter a elasticidade e hidratação da pele. Não à toa, esse nutriente é frequentemente encontrado em cosméticos para o rosto.
Quanto à suplementação de vitamina E, os estudos são controversos. Enquanto alguns mostram benefício na doença de Alzheimer, outros não confirmam. Parece haver benefício na doença gordurosa do fígado, mas alguns estudos alertam que a suplementação mais prolongada pode aumentar a resistência à insulina.
Existe a preocupação de que este suplemento possa aumentar o risco de câncer de próstata e o risco de morte em pessoas que sofreram infarto ou derrame. A suplementação também pode aumentar o risco de sangramento – por isso é preciso sempre suspender o uso do suplemento de vitamina E duas semanas antes de cirurgias agendadas.
Deficiência de vitamina E: quais são os sintomas?
Inicialmente, é preciso esclarecer que a deficiência de vitamina E é incomum em pessoas saudáveis. Mas ela pode ocorrer em condições que afetam a absorção de gorduras, como a fibrose cística, a doença de Crohn e a doença celíaca. Em casos de deficiência, o corpo fica mais vulnerável ao estresse oxidativo, o que pode levar a danos celulares e complicações.
Entre os sintomas da deficiência de vitamina E, podemos destacar:
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Fraqueza muscular: a vitamina E é fundamental para a saúde muscular, e sua falta pode levar a fraqueza e dor.
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Problemas de visão: o estresse oxidativo pode afetar a retina, causando problemas visuais.
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Coordenação e equilíbrio comprometidos: a deficiência de vitamina E afeta o sistema nervoso central, resultando em dificuldades de equilíbrio e coordenação.
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Danos neurológicos: a falta prolongada do nutriente pode levar a neuropatias periféricas, com sintomas como formigamento e dormência.
O que pode causar a deficiência de vitamina E?
Embora seja incomum, a deficiência de vitamina E costuma estar ligada a problemas de absorção de gorduras no organismo, uma vez que a vitamina é lipossolúvel. Algumas das condições que podem contribuir para essa deficiência são:
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Doenças intestinais crônicas: problemas como a síndrome do intestino irritável, doença de Crohn e fibrose cística dificultam a absorção de nutrientes, incluindo a vitamina E.
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Dietas muito restritivas em gordura: como a vitamina E depende de gorduras para ser absorvida, dietas extremamente baixas em gordura podem contribuir para níveis baixos desse nutriente.
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Desnutrição: a ingestão inadequada de alimentos ricos em vitamina E, combinada com uma má absorção de nutrientes, pode levar a deficiência.
A deficiência de vitamina E, a longo prazo, aumenta o risco de doenças cardiovasculares e neurológicas, uma vez que o estresse oxidativo compromete as células. Além disso, baixos níveis de vitamina E podem afetar o sistema imunológico, tornando o corpo mais vulnerável a infecções.
Quais riscos no excesso de vitamina E?
É muito improvável que o excesso de vitamina E aconteça pela alimentação. O comum é que ocorra pelo uso indiscriminado de suplementos à base do nutriente.
O excesso pode resultar em efeitos como enjoo, dor de cabeça, cansaço excessivo, altos índices glicêmicos e até mesmo redução da massa óssea. A toxidade por altas doses de vitamina E também pode afetar a coagulação do sangue, aumentando o risco de hemorragias – o que pode ser especialmente perigoso para pacientes em tratamento com anticoagulantes.
Atenção: suplementos devem ser utilizados apenas com acompanhamento médico, que pode avaliar contraindicações e possíveis interações medicamentosas.
Fontes de vitamina E
Para obter vitamina E suficiente, basta investir em uma dieta equilibrada, nutritiva e à base de alimentos in natura, especialmente os listados abaixo:
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Vegetais de folhas verdes, como espinafre, brócolis e acelga; por ex, ½ xícara de brócolis cozido cobre 8% da necessidade diária de um adulto
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Oleaginosas, como amêndoas, avelãs e amendoins; 28g de amendoas torradas cobrem 45% da dose diária de um adulto saudável
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Óleos vegetais, como os de girassol e gérmen de trigo; ex: 1 colher de sopa de óleo de girassol cobre 37% da necessidade diária
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Sementes de girassol e chia;
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Frutas como o abacate, manga e kiwi; meia xícara de manga picada cobre 5% da necessidade diária
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Gemas de ovo cozido e algumas espécies de peixes mais gordurosos, como o salmão.
Consumir esses alimentos regularmente ajuda a manter bons níveis de vitamina E sem necessidade de suplementos. Além disso, a variedade de fontes permite que a vitamina seja ingerida de forma natural e segura, junto com outros nutrientes que também são importantes para a saúde, como as vitaminas C, D, B12 e B9.
Doenças e alterações que podem ser detectadas com o exame de vitamina E
Para identificar se os níveis de vitamina E estão adequados, um exame de sangue específico pode ser solicitado. Esse exame mede os níveis de alfa-tocoferol, a forma ativa de vitamina E no sangue, e é frequentemente recomendado para:
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Avaliar desnutrição ou deficiência de nutrientes: principalmente em pessoas com doenças crônicas que afetam a absorção de gorduras.
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Diagnosticar neuropatias: em casos de sintomas neurológicos, o exame pode indicar se há uma deficiência de vitamina E que contribua para o quadro.
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Monitorar o estado nutricional em pessoas com doenças hepáticas: como a absorção da vitamina E é impactada em casos de distúrbios hepáticos, o exame ajuda a garantir que as taxas estejam adequadas.
Além disso, esse exame é importante para quem está em uso de suplementos, pois ajuda a monitorar e evitar níveis excessivos do nutriente.
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