Autora: Dra. Natália Trevizoli, hepatologista do Hospital Brasília.
A coledocolitíase é uma doença caracterizada pela presença de cálculos biliares no ducto colédoco (ducto que transporta a bile do fígado e da vesícula biliar para o intestino). Embora muitas vezes assintomática, a condição pode levar a complicações graves como pancreatite e colangite. Confira a seguir quais são os sintomas mais comuns e como é feito seu diagnóstico.
Coledocolitíase: o que é?
A coledocolitíase é uma condição caracterizada pela presença de cálculos biliares no ducto colédoco (daí o nome do problema), que é o canal responsável por transportar a bile da vesícula biliar e do fígado para o intestino delgado.
Causas da coledocolitíase
A causa mais comum da coledocolitíase é a passagem de pedras formadas dentro da vesícula biliar para o ducto colédoco, provocando a obstrução.
Coledocolitíase e pedra na vesícula são a mesma coisa?
Não. A pedra na vesícula (colelitíase) é a presença de cálculos dentro do órgão. Já a coledocolitíase se refere à presença de cálculos no ducto colédoco, por onde ocorre a passagem da bile
No entanto, a presença de pedras na vesícula é um fator de risco para desenvolver a coledocolitíase, já que os cálculos podem migrar do interior da vesícula para os ductos. Vale aqui dizer que a coledocolitíase é uma condição potencialmente grave, enquanto a colelitíase pode causar sintomas, mas não traz por si só gravidade.
Fatores de risco para a coledocolitíase
O principal fator de risco para desenvolver coledocolitíase é a presença de cálculos dentro da vesícula biliar. A formação de cálculos, por sua vez, está associada aos seguintes fatores de risco:
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Obesidade;
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Histórico familiar;
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Diabetes tipo 2;
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Perda de peso rápida (como após cirurgias bariátricas);
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Sexo feminino;
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Idade acima dos 40 anos;
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Cirurgias biliares prévias;
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Cirrose hepática.
Sintomas de coledocolitíase
A coledocolitíase pode ser assintomática em muitos casos. Quando surgem, os sintomas podem incluir:
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Dor abdominal intensa, principalmente na parte superior direita do abdômen;
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Náuseas e vômitos;
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Febre;
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Icterícia (pele e olhos amarelados);
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Coceira na pele;
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Fezes claras.
Como é feito o diagnóstico
Exames de sangue com alterações nas enzimas hepáticas e bilirrubinas (colestase) podem sugerir o diagnóstico. A história clínica e exame físico também são fundamentais para o diagnóstico.
A confirmação se dá por exames de imagem como ultrassom abdominal, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Formas de tratamento
O tratamento da coledocolitíase pode ser realizado por meio de abordagem endoscópica para a retirada dos cálculos (CPRE). Recomenda-se que o paciente também retire a vesícula para evitar novas complicações. Além disso, mudanças na dieta e no estilo de vida são importantes para a melhora do estado de saúde global do paciente.