A deficiência intelectual (DI) está associada a alterações no desenvolvimento do cérebro que podem afetar as habilidades sociais e as práticas cotidianas. Há uma série de abordagens terapêuticas capazes de auxiliar os pacientes a terem maior autonomia e melhor qualidade de vida.
Deficiência intelectual: o que é?
A deficiência intelectual é um tipo de distúrbio do neurodesenvolvimento. Ela é caracterizada principalmente pela redução das funções intelectuais (como aprendizado, resolução de problemas e julgamento) e por déficits no comportamento adaptativo (o que abrange, por exemplo, habilidades de comunicação e interação social esperadas para determinada idade).
Essa condição também costuma surgir no início do período de desenvolvimento do ser humano, antes dos 18 anos de idade.
Níveis da deficiência intelectual
Com base no quociente de inteligência (QI), quadros de deficiência intelectual podem ser divididos em: leves (QI entre 50 e 69), moderados (QI entre 35 e 49), graves (QI entre 20 e 34) ou profundos (QI abaixo de 20). Em grande parte das vezes, os pacientes apresentam deficiência intelectual leve.
Possíveis causas para a deficiência intelectual
Nem sempre é possível estabelecer a causa de uma deficiência intelectual. Mas sabe-se que diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento dessa condição, a exemplo de:
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Genética (como ocorre em pacientes com síndrome de Down ou síndrome do X frágil);
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Exposição a elementos como chumbo, mercúrio, álcool, drogas ou outras toxinas;
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Doenças como meningite, coqueluche e sarampo;
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Trauma no cérebro;
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Malformação cerebral;
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Problemas na gestação (como infecções) ou no parto (como falta de oxigênio).
Principais sintomas
Existem diversas manifestações de deficiência intelectual, cuja apresentação pode variar de acordo com a faixa etária e a gravidade do quadro. Os sinais mais comuns dessa condição são identificados na infância e incluem:
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Atraso ou distúrbio de linguagem;
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Déficit na coordenação motora;
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Dificuldade de interação social;
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Agitação psicomotora;
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Déficit de atenção;
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Dificuldade escolar;
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Ansiedade;
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Distúrbios do humor.
Formas de diagnosticar alguma deficiência intelectual
O diagnóstico da deficiência intelectual é feito a partir da história clínica do indivíduo e de procedimentos padronizados (testes psicológicos e neurológicos), que têm como objetivo avaliar a capacidade cognitiva e atribuir um QI. Também é necessário analisar aspectos do comportamento adaptativo – o que pode ser feito por meio de conversas com o próprio paciente e com pessoas que convivem com ele.
Para investigar as causas, podem ser realizados testes genéticos (como o sequenciamento de exoma) e exames de imagem (como ressonância magnética do crânio).
Cabe ressaltar que os métodos utilizados no diagnóstico da deficiência intelectual não são aplicados a crianças menores de 5 anos. Nesses casos, é possível notar apenas atrasos de desenvolvimento, que podem ou não estar ligados a um quadro de deficiência intelectual.
Tratamentos
De modo geral, pessoas com deficiência intelectual podem se beneficiar de diversas abordagens terapêuticas, incluindo:
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Fisioterapia;
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Fonoterapia;
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Terapia ocupacional;
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Psicoterapia.
O objetivo é desenvolver a autonomia do paciente, fazendo com que ele aprimore suas habilidades nas várias esferas da vida. É fundamental que o tratamento seja individualizado e leve em consideração as necessidades específicas de cada um.
Além disso, vale dizer que há situações nas quais o aconselhamento genético também pode ser útil. Se o diagnóstico de deficiência intelectual estiver atrelado a aspectos genéticos, tal aconselhamento ajuda a guiar o tratamento e fornece informações quanto ao risco de ocorrência da condição em outros membros da família.