A elastografia hepática é um exame que possibilita a avaliação do tecido do fígado sem que sejam feitos procedimentos invasivos (como a biópsia). Conduzida com o auxílio da ultrassonografia, a elastografia é capaz de detectar alterações na elasticidade do fígado, que podem indicar complicações de condições como hepatite e esteatose hepática e ajudar no diagnóstico da cirrose.
Elastografia hepática: o que é?
A elastografia hepática é um exame de imagem não invasivo que permite avaliar a rigidez (“dureza”) do fígado. Ela é especialmente importante para detectar cicatrizes (fibrose) e cirrose, que podem ser causadas por infecções, consumo excessivo de álcool ou acúmulo de gordura.
A elastografia pode ser uma alternativa segura e prática à biópsia hepática, pois fornece informações detalhadas sem a necessidade da retirada de um pequeno pedaço do órgão para análise.
Como a elastografia hepática é feita?
A elastografia hepática é um exame simples, rápido e não invasivo. Na maioria das vezes, ela é feita por ultrassom. Também existe a possibilidade de ser feita por ressonância magnética, porém esta é uma modalidade mais demorada e de maior custo – portanto, não é a mais comum no dia a dia.
Existem diferentes técnicas para realizar a elastografia hepática. A mais moderna e avançada feita por ultrassom é chamada de elastografia bidimensional por ondas de cisalhamento (2D-SWE), sendo este o padrão utilizado no Delboni.
Ao chegar ao local do exame, o paciente é orientado a retirar roupas ou acessórios que possam atrapalhar a área do abdome e, se necessário, vestir um avental. Durante a elastografia, o paciente deve permanecer deitado de costas em uma maca, com o braço direito estendido acima da cabeça, para que o médico tenha fácil acesso ao lado direito do abdome, onde está localizado o fígado.
O médico aplica um gel na pele, sobre a área do fígado, que permite a condução das ondas sonoras utilizadas para medir a rigidez deste órgão. Em seguida, posiciona um transdutor (sonda de ultrassom) no lado direito do tronco, geralmente na altura das últimas costelas, que emite pequenas vibrações praticamente imperceptíveis.
Essas vibrações criam ondas que atravessam o fígado, e o aparelho mede a velocidade dessas ondas para calcular a rigidez do órgão. Quanto mais rígido o fígado, mais rápida é a propagação das ondas, o que pode indicar a presença de fibrose ou cirrose.
O exame é rápido: costuma durar entre 5 e 10 minutos. Ao final, o gel pode ser removido da pele e o paciente continua suas atividades diárias normalmente.
Doenças e alterações que podem ser detectadas na elastografia hepática
Como a elastografia hepática avalia a rigidez do fígado, ela é um importante indicativo da presença de fibrose, sendo capaz de detectar tal problema mesmo em estágios iniciais.
A fibrose é uma condição em que o tecido saudável do fígado é substituído por tecido cicatricial devido a lesões repetidas. À medida que a fibrose progride, ela pode levar à cirrose, que é a forma mais grave dessa cicatrização, em que o fígado perde sua estrutura normal e sua função. As principais doenças que podem gerar fibrose são:
Hepatites virais crônicas
As hepatites B e C são causas comuns de inflamação persistente no fígado, levando à formação de fibrose.
Esteatose hepática não alcoólica
A esteatose hepática não alcoólica corresponde ao acúmulo de gordura no fígado. Ela pode progredir para uma inflamação mais grave (chamada de esteato-hepatite não alcoólica), danificando as células do fígado e provocando fibrose.
Doença hepática alcoólica
O consumo excessivo de álcool é uma das principais causas de lesão hepática, provocando inflamação e formação de cicatrizes.
Hepatite autoimune
A hepatite autoimune é uma condição em que o sistema imunológico do próprio paciente ataca o fígado, causando inflamação crônica e cicatrização.
Colangite biliar primária e colangite esclerosante primária
A colangite biliar primária e a colangite esclerosante primária são doenças que afetam os ductos biliares, levando à inflamação crônica e à fibrose do fígado.
Doenças genéticas
A hemocromatose (excesso de ferro) e a doença de Wilson (excesso de cobre) são condições metabólicas de origem genética que levam ao acúmulo de metais no fígado, causando inflamação e fibrose.
Quando a elastografia hepática é indicada?
A elastografia hepática é indicada para avaliar o grau de fibrose no fígado. Ela é recomendada para monitorar o avanço da fibrose sem a necessidade de biópsias invasivas, ajudando os médicos a acompanhar doenças e decidir sobre tratamentos e intervenções. Esse exame pode ser indicado para, por exemplo:
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Determinar a gravidade de uma hepatite viral crônica e a necessidade de tratamento;
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Verificar a regressão da fibrose e a recuperação do fígado após o tratamento da hepatite C;
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Monitorar a esteatose hepática não alcoólica e a esteato-hepatite não alcoólica, permitindo a identificação de progressão para fibrose ou cirrose e orientando o tratamento;
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Avaliar precocemente danos hepáticos em pacientes com doença hepática alcoólica e prevenir a evolução para cirrose;
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Acompanhar a resposta de pacientes com hemocromatose e doença de Wilson ao tratamento;
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Monitorar a progressão da cirrose e o risco de complicações (como hipertensão portal);
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Em pacientes transplantados, avaliar a saúde do novo fígado e sinais precoces de fibrose ou rejeição;
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Avaliar a fibrose e monitorar o progresso de doenças como hepatite autoimune, colangite biliar primária e colangite esclerosante primária;
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Investigar possíveis danos ao fígado em caso de elevação inexplicada das enzimas hepáticas.
Como é o preparo para elastografia hepática?
O paciente deve fazer um jejum de 8 horas antes da elastografia hepática. É importante seguir essa orientação para garantir que os resultados do exame sejam mais precisos, pois a presença de alimentos no estômago pode interferir nas medições da rigidez do fígado.
Elastografia hepática: preço e onde fazer?
Para obter mais informações sobre onde realizar a elastografia hepática, consultar preços e localizar a unidade do Delboni mais próxima da sua região, basta acessar nossa plataforma de agendamentos online.
Autor: Dr. Wagner Iared - médico radiologista e coordenador do setor de Ultrassonografia da Dasa