Por Dra. Maria Cristina Chammas, Diretora Médica em diagnósticos por imagem, radiologista e coordenadora do grupo de ultrassonografia.
O ultrassom é um exame de imagem muito confiável na hora de fornecer imagens de qualidade para investigar diversos órgãos do corpo humano. Ele não utiliza radiação ionizante e adquire as imagens em tempo real.
O uso da ultrassonografia pode ser solicitado para avaliar órgãos, como o fígado, vesícula biliar, pâncreas, baço, rins, bexiga, próstata, pelve feminina e entre outros.
Sinônimos: Ultrassom, ultrassonografia, ecografia e US.
O que é ultrassom e para que serve?
Desde 1980-90, a Ultrassonografia (US) foi impulsionada pelo desenvolvimento tecnológico que transformou este método num importante instrumento de investigação diagnóstica na medicina.
A ultrassonografia é um dos métodos de diagnóstico por imagem mais versáteis, de aplicação relativamente simples e com excelente relação custo-benefício.
As principais peculiaridades são:
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É um método não-invasivo ou minimamente invasivo;
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As imagens seccionais podem ser obtidas em qualquer orientação espacial;
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Não apresenta efeitos nocivos significativos dentro do uso diagnóstico na medicina;
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Não utiliza radiação ionizante como a tomografia computadorizada ou os Raios-X;
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Possibilita o estudo não-invasivo da hemodinâmica corporal através do efeito Doppler (Ultrassom Doppler colorido);
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A aquisição de imagens é realizada praticamente em tempo real, permitindo o estudo do movimento de estruturas corporais.
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O equipamento é de dimensões pequenas o que permite maior mobilidade e transporte.
Como o ultrassom é feito?
Este método baseia-se no fenômeno de interação de som e tecidos, ou seja, a partir da transmissão de ondas sonoras pelo meio, observamos as propriedades mecânicas dos tecidos, que voltam ao nosso aparelho.
É denominado transdutor ou sonda, a parte do equipamento que encosta na pele ou no órgão que está sendo examinado. Ele emite som e recebe o som de volta (=eco, por isso a ultrassonografia também é conhecida por ecografia) e transforma essa energia mecânica (som) em elétrica. São transformados em energia elétrica pelo transdutor e processados eletronicamente pelo equipamento para formação da imagem.
Esta forma de processar os ecos refletidos (em imagem bidimensional) é denominada modo-B (brilho). Além desta forma de processamento dos ecos, existem outras, como os gráficos de amplitude (modo-A, muito utilizado em oftalmologia) e gráficos de movimentação temporal (modo-M, bastante empregado em ecocardiografia).
Esse transdutor deve ser acoplado à pele/estrutura que está sendo examinada por meio de um gel ou líquido, para que o gás que se interpõe entre as estruturas seja eliminado e, assim, o transdutor possa conduzir melhor o som.
O inconveniente é que algumas vezes o gel utilizado pode estar gelado. A maior parte dos serviços costuma ter um aquecedor de gel, o que elimina esse desconforto.
Principais tipos de exames de ultrassom
Conheça os tipos de ultrassom e qual parte do corpo eles são capazes de analisar:
Ultrassom morfológico
O ultrassom morfológico é um exame de gravidez que deve ser feito nos três trimestres de gestação, sendo entre a 11ª e a 14ª semana, entre a 18ª e 22ª semana no segundo trimestre e 33ª a 34ª semana no terceiro trimestre.
No primeiro trimestre, o ultrassom avalia possíveis riscos do feto apresentar algum tipo de síndrome.
Já no segundo trimestre, o exame é importante para avaliar o desenvolvimento dos órgãos e sistemas do feto, além de examinar se o bebê está crescendo e ganhando o peso adequado para a idade gestacional.
No terceiro semestre é possível realizar o ultrassom morfológico 3D, que consiste na análise tridimensional do bebê.
Ultrassom abdominal
Há alguns tipos de ultrassonografias abdominais, como:
Abdome superior: avalia o fígado, vias biliares, vesícula biliar, pâncreas e baço.
Abdome total: visualiza o fígado, vias biliares, vesícula biliar, pâncreas, baço, rins, retroperitonio e grandes vasos abdominais, vias urinárias e bexiga.
Parede abdominal: analisa músculos retos abdominais, musculatura larga do abdome (oblíquos e transverso), pesquisa de hérnias da parede abdominal, coleções e lesões de partes moles.
Ultrassom obstétrico
Normalmente, a primeira ultrassonografia obstétrica é feita a partir da 5° semana de gestação, por via transvaginal.
No primeiro trimestre é importante para:
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Identificação e localização da gravidez;
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Analisar se há gestação de múltiplos;
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Determinar a idade gestacional;
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Avaliar anormalidades uterinas e/ou ovarianas associadas à gestação.
Já no segundo semestre, a ultrassonografia é feita via abdominal e é essencial para avaliar:
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O desenvolvimento fetal;
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O bem-estar fetal;
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O peso e apresentação fetal,
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A placenta, o cordão umbilical e o líquido amniótico.
Ultrassom transvaginal
A ultrassonografia transvaginal é responsável por avaliar o canal vaginal, colo do útero, útero, trompas de Falópio e os ovários da mulher.
Serve para identificar anormalidades presentes nesses órgãos, diagnosticar cistos, infecções, gravidez ectópica (gestação em que o óvulo fertilizado é implantado fora do útero) e câncer.
Na gestação, o ultrassom identifica sinais de aborto, irregularidades na vagina, avalia os batimentos cardíacos do bebê e a saúde da placenta.
Ultrassom Doppler
Há diversos ultrassons que utilizam o doppler, como:
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Doppler arterial dos membros inferiores: avalia artérias femorais, poplítea, fibular, tibial anterior e tibial posterior.
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Doppler arterial dos membros superiores: analisa a artéria subclávia, axilar, braquial, radial e ulnar. Inclui manobras para a pesquisa de sinais da Síndrome do Desfiladeiro Torácico.
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Doppler nas artérias renais: responsável por fazer a avaliação dos rins, aorta e artérias renais.
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Doppler das carótidas e artérias vertebrais: faz a análise das artérias carótidas comuns, bifurcação, carótida interna (porção extracraniana) e carótida externa e artérias vertebrais.
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Doppler de articulações: verifica a atividade inflamatória de doenças reumáticas.
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Doppler venoso dos membros inferiores: é dividido em dois sistemas.
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Sistema profundo: avalia as veias femorais, poplítea, fibulares, tibiais anteriores, tibiais posteriores, gastrocnêmias e soleares.
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Sistema superficial: analisa as veias safenas magna e parva, suas tributárias, inclui a pesquisa de veias perfurantes insuficientes.
Ultrassom da tireoide
O ultrassom é o método de imagem mais considerável na hora de avaliar doenças da glândula tireoide. Esse ultrassom possibilita a visualização da tireóide e dos linfonodos cervicais.
Além desse, há outros exames de tireoide disponíveis.
Ultrassom de mamas
O ultrassom de mamas analisa as mamas e as axilas. Com ele, é possível analisar as estruturas internas da mamas, podendo diagnosticar lesões, cistos, nódulos, infecções e entre outros. O exame também avalia o estado das próteses mamárias.
Ultrassom 3D e 4D
O ultrassom 3D faz uma aquisição em três planos da imagem, permitindo a visualização detalhada da boca e nariz do bebê. Já a ultrassonografia 4D, diferente da 3D, mostra esses três planos em movimento, sendo possível que as cenas sejam vistas em tempo real.
O que o ultrassom pode detectar?
A ultrassonografia pode detectar se tudo está normal ou se há alguma alteração no tamanho do órgão/ estrutura, na sua superfície ou contorno, se as qualificações da interação do som com a estrutura examinada, ou seja, se a ecotextura e/ou ecogenicidade está normal ou alterada, se há nódulos, cistos ou outras alterações observadas.
Principais motivos para que o ultrassom é indicado
A ultrassonografia pode ser indicada principalmente para auxiliar no diagnóstico de alguma suspeita que o médico que assiste o paciente necessita, desta forma pode ser solicitada numa situação de check-up, de emergência, para acompanhamento de alguma queixa do paciente e para algum tratamento que o paciente esteja fazendo.
Como relatado anteriormente, a ultrassonografia é um tipo de diagnóstico feito em tempo real, e isso também facilita que esse método oriente procedimentos intervencionistas, como as biópsias e ablações (ou tratamentos minimamente invasivos, como alcoolização, tratamento por radiofrequência ou por laser). Então, essa pode ser também uma razão para solicitar a ultrassonografia.
Em pediatria o uso é muito vasto, uma vez que a criança não precisa ser sedada, não há radiação ionizante e o exame geralmente é muito bem tolerado pelos baixinhos.
Como é o resultado?
O resultado é um relatório da ultrassonografia, que mostra a região ou órgão examinado, acompanhado da documentação fotográfica, que pode ser impressa ou disponibilizada em um portal ou website.
Cuidados e contraindicações
Os principais cuidados que devemos ter ao marcar uma ultrassonografia são:
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Selecionar o local/médico em que o exame será realizado, certificando-se que esse local possui equipamento adequado para o procedimento e corpo clínico qualificado;
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Levar exames anteriores para análise comparativa. Esse item é de extrema importância nos exames diagnósticos por imagem e não é diferente na ultrassonografia. É muito importante levar o máximo de informações para o médico fazer o relatório o mais completo possível;
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Fazer o preparo adequado para o exame que está sendo solicitado. Por exemplo, jejum para a ultrassonografia abdominal, bexiga cheia para ultrassonografia pélvica e entre outros;
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Contraindicações: são raras. É importante salientar para o médico se existe algum inconveniente ou alguma alergia, por exemplo a látex, caso esteja sendo solicitada ultrassonografia transvaginal/ transretal.
Onde fazer o exame de ultrassom?
No Delboni você pode realizar seus exames com tecnologia de ponta, confiabilidade e segurança. Através do Nav Dasa, você pode escolher o melhor dia, local e horário para fazer o seu ultrassom.