Insuficiência venosa crônica (IVC):  como identificar precocemente

insuficiência venosa crônica

 

A insuficiência venosa crônica é a causa de sintomas como as varizes e os "vasinhos". O problema acontece quando as veias das pernas têm dificuldade para levar o sangue de volta ao coração.  

Até 80% da população brasileira deve ter a condição em algum grau, segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV).  

Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto. Identificar logo os sinais faz toda a diferença no tratamento. 

O que é Insuficiência venosa crônica? 

A insuficiência venosa crônica é um problema na circulação do sangue. E ele acontece quando as veias das pernas não conseguem bombear o sangue de volta para o coração de forma eficiente. Então esse sangue fica acumulado nas pernas. 

Para entender melhor, imagine as veias como tubos com pequenas válvulas. Essas válvulas abrem e fecham para ajudar o sangue a subir, vencendo a gravidade. Na IVC, essas válvulas ou a parede das veias não funcionam direito. Com isso, o sangue volta e fica parado, em um processo chamado de refluxo. 

Esse acúmulo de sangue aumenta a pressão dentro das veias. E é essa pressão elevada - conhecida como hipertensão venosa – a causa principal dos sintomas. Com o tempo, o problema pode se agravar e levar a alterações na pele e até a feridas. 

 

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Quais os sintomas da Insuficiência venosa crônica? 

Os sintomas mais comuns da IVC são a dor, o inchaço e a sensação de peso ou cansaço nas pernas. Esses desconfortos costumam piorar ao longo do dia, especialmente depois que a gente passa muito tempo em pé ou sentado. E geralmente melhoram quando elevamos as pernas. 

Mas outros sinais também podem aparecer com a evolução da doença: 

  • Veias dilatadas e tortuosas, conhecidas como varizes. 
  • Vasinhos ou pequenas veias arroxeadas, chamadas de telangiectasias. 
  • Câimbras nos músculos da perna. 
  • Sensação de queimação ou de latejamento. 
  • Formigamento. 
  • Coceira na pele (prurido). 
  • Pernas inquietas. 
  • Mudanças na cor da pele, que pode ficar mais escura (hiperpigmentação). 
  • Endurecimento da pele e do tecido subcutâneo (lipodermatoesclerose). 
  • Eczemas (inflamações na pele que podem causar vermelhidão, coceira e descamação) e ressecamento da pele. 
  • Surgimento de feridas que demoram a cicatrizar, as úlceras venosas. 

Como prevenir a Insuficiência venosa crônica? 

Para prevenir a insuficiência venosa crônica, a gente precisa controlar os chamados dos fatores de risco. O sobrepeso, por exemplo, aumenta a pressão sobre as veias das pernas, dificultando o retorno do sangue. Por isso, manter um peso adequado é essencial na prevenção da IVC. 

Quem tem histórico de trombose também tem maior predisposição à insuficiência venosa crônica. Vale esclarecer que a trombose é a coagulação do sangue dentro das veias, levando a obstrução da passagem do sangue.  

Normalmente, o organismo tem mecanismos para remover este coágulo (a chamada recanalização). Mas pode ocorrer a destruição das válvulas, levando um quadro de insuficiência venosa crônica grave. 

Longos períodos de inatividade, desidratação, doenças que aumentam a concentração do sangue e traumas podem levar a trombose.  

Por isso, nas longas viagens de avião recomenda-se beber bastante líquido e exercitar-se ou movimentar-se durante o voo, evitando longos períodos sentado na mesma posição. Isso ajuda a prevenção de trombose venosa profunda. 

A gestação também é um fator de risco. Durante a gravidez, as alterações hormonais e o aumento do útero pressionam as veias pélvicas. No acompanhamento pré-natal, vale conversar com o médico sobre a saúde vascular, e incluir esse cuidado no acompanhamento da gestação.  

Além disso, os médicos costumam recomendar a adoção das seguintes práticas: 

  • Atividades como caminhada e natação, que fortalecem a musculatura da panturrilha e melhoram o bombeamento do sangue. 
  • Evitar ficar muito tempo parado no dia a dia. Se você trabalha em pé ou sentado, procure se movimentar a cada hora. 
  • Manter uma dieta equilibrada. O controle de peso e a saúde dos vasos sanguíneos dependem de uma boa alimentação. 
  • Não fumar, já que o cigarro prejudica a circulação. 
  • Ao final do dia, deitar e apoiar as pernas em um local mais alto que o coração para aliviar os sintomas. 

Há ainda a predisposição genética. Certas condições genéticas aumentam o risco de trombose, como a investigada na análise da mutação g20210a protombina.  E elas exigem acompanhamento médico. 

Pessoas com parentes que têm varizes também têm maior propensão. E, além disso, conforme a pessoa envelhece, o risco cresce. 

Como fazer o diagnóstico precoce? 

Para fazer o diagnóstico precoce da IVC, você deve procurar um médico assim que perceber sintomas sugestivos da condição.  

O médico - geralmente um angiologista ou cirurgião vascular - vai analisar seu histórico de saúde, seus sintomas e os fatores de risco. 

No exame físico, ele vai observar suas pernas, de preferência com você em pé. E vai procurar por sinais visíveis da doença, como varizes, inchaço e alterações na pele. A palpação das pernas também ajuda a identificar pontos de dor e o estado dos tecidos. 

Para confirmar o diagnóstico e avaliar a gravidade do problema, o médico deve pedir um ultrassom com doppler venoso de membros inferiores. Trata-se de um exame não invasivo que não utiliza contraste nem radiação e que, apesar de ser um pouco mais demorado que outros exames de ultrassom, permite o diagnóstico de tromboses e da insuficiência venosa crônica. 

Em casos mais específicos ou complexos, ele pode pedir exames como a angiotomografia e a angiorressonância, que fornecem imagens detalhadas do sistema venoso. Eles podem ajudar a investigar obstruções em veias maiores, como as da pelve e do abdômen. 

Qual o tratamento mais adequado? 

Geralmente, as primeiras medidas indicadas são as mudanças no estilo de vida e o uso de terapia de compressão. As meias de compressão elástica aplicam uma pressão gradual nas pernas, e isso ajuda as veias a levarem o sangue para cima. 

Quando essas medidas não são suficientes, ou em casos mais avançados, existem outras opções de tratamento, que podem ser usadas sozinhas ou combinadas. Vamos a elas. 

Medicamentos 

Existem remédios conhecidos como flebotônicos ou venoativos que ajudam a diminuir o inchaço e a aliviar sintomas como dor e sensação de peso. 

Escleroterapia 

Trata-se de um procedimento usado para tratar varizes e vasinhos. Uma substância é injetada na veia doente para fechá-la. Ela pode ser feita com o líquido ou em forma de espuma. 

Tratamentos endovasculares 

São técnicas menos invasivas para tratar as veias safenas insuficientes. A termoablação com laser ou radiofrequência usa o calor para fechar a veia doente por dentro. 

Cirurgia convencional 

A cirurgia de varizes envolve a retirada das veias doentes através de pequenas incisões. A remoção da veia safena, quando necessário, é chamada de safenectomia. 

A escolha do tratamento leva em conta a classificação da doença (CEAP), a anatomia das veias e o estado geral de saúde do paciente. 

Atendimento no Delboni 

Para um diagnóstico preciso da insuficiência venosa crônica, exames de imagem de qualidade são essenciais. O Delboni Auriemo oferece o ultrassom com Doppler venoso, o exame mais solicitado para investigar a saúde das veias. Ele permite uma avaliação detalhada do fluxo sanguíneo e da função das válvulas. 

Além do diagnóstico, o controle dos fatores de risco é uma parte importante do cuidado. O laboratório oferece uma ampla gama de exames para o monitoramento da saúde. E isso inclui painéis para avaliar os riscos associados à obesidade, um dos principais fatores que agravam a IVC. 

O Delboni também acompanha a saúde da mulher em todas as fases da vida. Durante a gestação, um período de maior risco para a IVC, a rede oferece todos os exames de gravidez necessários.  

Para casos com forte histórico familiar de trombose, a Dasa Genômica, que também faz parte da Dasa, disponibiliza a "Análise da mutação g20210a protombina", um exame genético que ajuda a identificar predisposições.

 

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Fonte: Dr. Peter Célio Françolin, radiologista