Autor: Dr. Marcel Feitosa - médico coloproctologista
O exame de microbioma intestinal serve para avaliar a qualidade e a variedade da microbiota intestinal. Nos últimos anos, esse ecossistema composto por trilhões de microrganismos que “moram” no nosso trato gastrointestinal tem chamado a atenção da comunidade científica por sua importância na manutenção da saúde física e mental do ser humano. Siga a leitura e saiba mais sobre o assunto.
Microbiota intestinal: o que é
A microbiota intestinal é um ecossistema composto por mais de 100 trilhões (sim, é isso mesmo!) de microrganismos, entre eles, bactérias, fungos e vírus não patogênicos -- isto é, que não causam nenhuma doença no corpo humano.
Essa “comunidade” microbiana tão diversa é fundamental para diversos aspectos da saúde, incluindo digestão, absorção de nutrientes, imunidade e até o nosso humor.
O que é Disbiose?
A disbiose intestinal ocorre quando há um desequilíbrio na microbiota intestinal, com um aumento de bactérias patogênicas (consideradas “do mal”) em relação às benéficas (“bactérias do bem”). Isso pode levar a uma série de problemas de saúde, incluindo distúrbios digestivos e inflamação crônica.
Alimentos que auxiliam no bom funcionamento da microbiota intestinal
Para manter a microbiota intestinal saudável, é importante consumir alimentos que promovam o crescimento de bactérias benéficas. Alguns exemplos incluem:
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Frutas e legumes: ricos em fibras prebióticas, que são fibras solúveis não digeríveis pelo organismo, e por isso servem para alimentar as bactérias benéficas do intestino.
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Grãos integrais: fonte de fibras e outros nutrientes importantes para a saúde intestinal.
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Alimentos fermentados: iogurte, kefir e kombucha, por exemplo, contêm probióticos, que são microrganismos vivos que podem ser benéficos para a saúde intestinal.
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Leguminosas: ricas em proteínas e fibras, contribuem para a saúde intestinal e para a saciedade.
A análise da microbiota intestinal pode auxiliar no diagnóstico de quais doenças?
A principal função do exame que avalia a microbiota intestinal (chamado de microbioma intestinal) é avaliar se há ou não um processo de disbiose – o desequilíbrio das bactérias que vivem ali e que pode causar sintomas como distensão e dor abdominal (que pode ser confundida com dispepsia ou dor no estômago), flatulência, prisão de ventre, diarreias e entre outros.
Por outro lado, vários trabalhos científicos já demonstraram uma associação entre disbiose e várias patologias crônicas, como alergias, obesidade, doenças neurodegenerativas, autismo, doenças inflamatórias intestinais, diabetes, síndrome do intestino irritável e doenças autoimunes e até mesmo câncer.
Quando o exame de microbioma intestinal é indicado?
O exame que avalia a microbiota intestinal (chamado de microbioma intestinal) deve ser feito após um pedido médico em que há uma suspeita de disbiose ou para confirmar alguma predisposição a doenças.
Com o diagnóstico confirmado, é possível traçar estratégias para melhorar a alimentação e reequilibrar a microbiota intestinal.
Isso pode ser benéfico especialmente para reduzir manifestações clínicas e melhorar a qualidade de vida de portadores de doenças como transtorno do espectro autista, doenças cardiovasculares, doenças alérgicas, doenças neurodegenerativas, câncer, infecção de repetição, endometriose, síndrome do ovário policístico e doenças autoimunes.
Como o exame de microbioma intestinal é feito?
No exame de microbioma intestinal, é realizada a coleta das fezes do paciente. Então, a amostra é enviada ao laboratório, onde é feito o mapeamento das bactérias e a análise da presença delas no intestino.
Com isso, é possível observar se há uma harmonia ou um desequilíbrio na microbiota intestinal (disbiose).