Tendinite: conheça os principais tipos, sintomas e como diagnosticar

tendinite

 

Autor: Dr. Camilo Partezani Helito - médico ortopedista

 

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Os tendões estão espalhados pelo nosso corpo. Eles são tecidos fibrosos e flexíveis que servem para conectar músculos e ossos, contribuindo para a nossa movimentação. Uma das condições que pode afetar essas estruturas é a tendinite.

Tendinite: o que é?  

Tendinite é o termo utilizado para descrever a inflamação de um tendão. Geralmente, a região atingida fica dolorida e inchada, além de avermelhada e mais quente na comparação com o restante do corpo. Isso pode dificultar a realização de alguns movimentos. 

 

Principais causas da tendinite  

Diversos fatores podem causar tendinite, incluindo: 

  • Trauma (como queda, batida ou acidente); 

  • Uso excessivo dos tendões (que muitas vezes é consequência de movimentos repetitivos, como aqueles realizados em determinados esportes, profissões ou até mesmo durante o uso de celulares); 

  • Envelhecimento (devido à atrofia muscular, à degeneração tendínea e à possível perda de elasticidade dos tendões que ocorrem ao longo do tempo); 

  • Doenças sistêmicas (como diabetes, artrite reumatoide, lúpus e infecções). 

 

Principais tipos de tendinite  

Qualquer tendão pode ser acometido pela tendinite. Mas esse quadro é mais frequente no ombro, no punho, no dedo, no joelho e no calcanhar. 

A depender do local atingido, a tendinite recebe diferentes denominações. Algumas delas são: 

Tendinite de Quervain  

A tendinite de Quervain corresponde à inflamação dos tendões extensores do polegar. Entre as causas comuns estão os movimentos repetitivos feitos, por exemplo, ao digitar ou utilizar uma tesoura. 

Tendinite patelar  

A tendinite patelar, conhecida também como tendinite no joelho, consiste na inflamação do tendão patelar (responsável por conectar a patela à tíbia, que é o osso da perna). 

Muitas vezes, essa condição resulta do uso excessivo dos membros inferiores em atividades como correr, pular e agachar. Por isso, ela é frequente entre corredores e jogadores de futebol ou vôlei. 

Tendinite aquiliana 

Na tendinite aquiliana (ou tendinite calcânea), ocorre a inflamação do tendão de Aquiles, que liga o osso do calcanhar à panturrilha. 

O quadro pode estar associado ao uso exacerbado desse tendão em atividades como correr, caminhar rapidamente, pular, ficar na ponta dos pés e subir escadas. Alterações degenerativas do tendão também podem ter relação com a tendinite aquiliana, principalmente em pacientes mais velhos. 

Tendinite no ombro 

A tendinite no ombro pode surgir em pessoas que nadam ou jogam tênis, por exemplo, pois nessas atividades os braços precisam ultrapassar o nível da cabeça repetidas vezes. O componente degenerativo também está frequentemente presente em pacientes mais velhos. 

Tendinites no antebraço e no punho 

As tendinites no antebraço e no punho costumam ter relação com movimentos repetitivos ou esforços repetitivos e intensos. Por isso, elas comumente afetam pacientes que têm trabalho com escrita ou digitação frequente. 

 

Exames que auxiliam no diagnóstico da tendinite  

O diagnóstico da tendinite é realizado a partir da história clínica do paciente, do exame físico conduzido durante a consulta e de exames de imagem, como o ultrassom e a ressonância magnética. Outros exames, como radiografias, também podem ser solicitados para a avaliação de possíveis diagnósticos diferenciais. 

É importante consultar um médico ortopedista para ter o diagnóstico e o tratamento corretos, já que os sintomas da tendinite podem se confundir com os de outras condições de saúde. 

O ideal é procurar um ortopedista com atuação na área da queixa do paciente (por exemplo: no caso de tendinite patelar, um especialista em joelho; no caso de tendinite calcânea, um especialista em tornozelo e pé). 

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Tratamento para a tendinite  

O tratamento da tendinite pode ser feito com medicamentos (geralmente analgésicos e anti-inflamatórios) para diminuir a dor. Em algumas situações específicas ou refratárias, pode haver o uso de órtese para imobilizar o tendão – sendo importante permanecer em repouso se o quadro for muito intenso. 

Também é recomendável que os pacientes façam compressas de gelo, para aliviar o desconforto, e eventualmente até mesmo fisioterapia, para analgesia e controle inflamatório local e para fortalecer os tendões e os músculos. 

Nos quadros mais graves de tendinite, pode haver indicação de injeções ou infiltrações locais para amenizar a dor e, em alguns casos, intervenção cirúrgica para remover um tecido danificado ou reparar um tendão rompido. Cabe ressaltar que a indicação cirúrgica é um tratamento de exceção. 

 

Formas de prevenir uma tendinite  

Muitas vezes, a tendinite é causada por exercícios repetitivos que sobrecarregam os tendões ou movimentos bruscos. Por isso, a prevenção desse quadro envolve fortalecer o corpo (por meio de atividades físicas regulares) e a adoção de outras medidas, como: 

  • Manter uma boa postura, especialmente ao trabalhar ou fazer atividades físicas; 

  • Se aquecer antes de atividades físicas; 

  • Praticar exercícios de alongamento e mobilidade; 

  • Evitar movimentos repetitivos no dia a dia (e, se não for possível, fazer pausas entre eles); 

  • Contar com um profissional da saúde que ofereça orientações sobre a execução correta dos exercícios e uma progressão segura no volume de treino; 

  • Não ultrapassar os próprios limites, sabendo respeitar os sinais indicados pelo organismo. 

 

Tendinite: mitos e verdades  

A tendinite é uma condição comum. Porém, ainda existem mitos sobre ela. Abaixo, confira alguns esclarecimentos sobre alguns deles. 

Só o esforço repetitivo causa tendinite - Mito 

Os movimentos repetitivos podem, sim, causar tendinite. Mas existem outros fatores que podem levar à inflamação dos tendões, incluindo excesso de atividade física, má postura, traumas e musculatura fraca. 

Alongamento pode contribuir para prevenir a tendinite - VERDADE 

O alongamento é, de fato, um aliado na prevenção da tendinite. Em geral, pessoas pouco alongadas e com menos condicionamento físico são mais suscetíveis à inflamação dos tendões. 

Massagem cura a tendinite - Mito 

O tratamento da tendinite pode combinar uma série de abordagens, incluindo medicamentos, repouso, órteses e fisioterapia. No entanto, a massagem não é recomendada quando o quadro já está instalado – e, se feita de maneira incorreta, pode até agravar o problema. 

Apenas pessoas mais velhas têm tendinite - Mito 

Embora o envelhecimento possa favorecer o surgimento da tendinite, essa condição acomete pessoas de qualquer faixa etária – sendo mais provável que isso ocorra diante de traumas, movimentos repetitivos ou esforços excessivos. 

Bolsas de água fria podem auxiliar a amenizar a dor - VERDADE 

Compressas de água fria ou compressas de gelo ajudam a diminuir a inflamação e, consequentemente, o desconforto da tendinite. 

Tendinite é a doença do digitador - Mito 

Pessoas que precisam frequentemente digitar no computador podem ter tendinite, mas elas não são as únicas. Dentistas, trabalhadores que exercem atividades manuais (como artesãos) e atletas também podem apresentar o quadro.

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