Autor: Dr. Tiago Kenji, oncologista clínico e diretor técnico do Instituto de Oncologia do Hospital Santa Paula
A dosagem de marcadores tumorais é um dos exames frequentemente solicitados por oncologistas. O procedimento, muitas vezes feito a partir de uma amostra de sangue, contribui sobretudo para o tratamento do câncer.
Marcadores tumorais: o que são?
Marcadores tumorais são substâncias (comumente proteínas) produzidas por células cancerosas, em maior quantidade, e por células normais, em menor quantidade.
A sua dosagem pode ser importante em quadros de câncer, pois os marcadores fornecem informações sobre as características de um tumor maligno, auxiliando principalmente na definição e no acompanhamento do tratamento.
Embora sejam relevantes em contextos oncológicos, os marcadores tumorais não necessariamente significam a presença de câncer. Essas substâncias podem ser encontradas em níveis mais elevados devido a outras condições que afetam o organismo – a exemplo de tabagismo, pancreatite e endometriose.
Também vale esclarecer que nem todas as pessoas com câncer apresentam grandes quantidades de algum marcador tumoral.
Principais marcadores tumorais
Diversos marcadores tumorais já são conhecidos e utilizados na prática médica. De maneira geral, eles podem ser divididos em marcadores circulantes (presentes no sangue, na urina, em tecidos ou em outros fluidos corporais) e marcadores genômicos (encontrados dentro dos tumores).
Cabe destacar que o mesmo marcador tumoral pode ter relação com mais de um tipo de tumor maligno. A seguir, confira alguns exemplos.
Marcadores tumorais circulantes
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Alfa-fetoproteína: tumores de fígado e germinativos;
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beta-HCG: tumores germinativos ou doença trofoblástica gestacional;
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CA-125: tumores de ovário;
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CA 19-9: tumores de pâncreas e vias biliares;
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CA 15-3: tumores de mama;
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CEA: tumores colorretais;
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Cromogranina: tumores neuroendócrinos;
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PSA: tumores de próstata.
Marcadores tumorais genômicos
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Amplificação do gene HER2: tumores de mama;
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Instabilidade de microssatélite (MSI): tumores colorretais;
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Mutação dos genes BRCA 1 ou BRCA2: tumores de ovário e mama;
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Rearranjo do ALK: tumores de pulmão não pequenas células.
Quando os exames de marcadores tumorais são indicados?
Os exames de marcadores tumorais podem ser indicados para:
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Auxiliar no diagnóstico do tipo de tumor maligno;
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Definir o estágio da doença;
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Estimar o prognóstico;
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Planejar o tratamento;
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Avaliar a resposta do organismo ao tratamento;
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Monitorar um eventual retorno do tumor após o final do tratamento.
É importante dizer que os marcadores tumorais não costumam ser analisados de maneira isolada, e sim em conjunto com outros dados clínicos e resultados de exames.
Como o exame é feito?
Na maioria das vezes, o exame de marcador tumoral é feito a partir de uma coleta de sangue – mas também é possível que a dosagem seja realizada por meio de uma amostra de urina, por exemplo. Isso é válido para marcadores tumorais circulantes.
No caso de marcadores tumorais genômicos, é necessário conduzir uma biópsia em um pedaço do tumor.
Como o acompanhamento dos marcadores tumorais auxilia no tratamento de um câncer?
Analisar marcadores tumorais pode auxiliar, inicialmente, a escolher o melhor tratamento para cada paciente. Depois, o acompanhamento é útil para avaliar se a abordagem terapêutica está sendo eficaz. E, após o final do tratamento, monitorar os marcadores ajuda a identificar uma possível recorrência (ou seja, detectar o câncer caso ele retorne).
Além disso, os marcadores tumorais são valiosos no âmbito da pesquisa: com base nessas substâncias, os cientistas podem desenvolver medicamentos mais específicos para os diferentes tipos de tumor.
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